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O último artigo da série “Como definir o preço com lucro” aborda a importância do cálculo do PONTO DE EQUILÍBRIO, ou seja, o valor mínimo necessário de vendas para cobrir todos os gastos, inclusive os fixos.
 
O cálculo do ponto de equilíbrio informa ao empresário o valor mínimo de venda para cobrir todas as despesas fixas e variáveis. A venda mínima não implica em lucro, que passará a existir somente após ultrapassada esta barreira. Conhecer este limite traz certo alívio, desde que seja criteriosamente calculado.
 
Alguns gestores consideram que se os custos estão cobertos o lucro será maior, podendo dar o desconto equivalente à despesa fixa. Este entendimento é um equívoco, pois é a partir deste momento que o lucro começa a surgir, porém ainda não no montante projetado.
 
Para clarear esta teoria vou demonstrar na prática e de acordo com os números do exemplo da Parte 6:
                                                              - 1 -                   - 2 -
            Preço de venda                      1.724,14          150.000,00
            Custos diretos            58%     1.000,00            87.000,00
            Desp. comercializ.      22%        379,31            33.000,00
            Margem Contrib.        20%        344,83            30.000,00
            Desp. fixas                                                    30.000,00
            Lucro líquido                                                          0,00
 
Para conhecer o ponto de equilíbrio, que neste exercício foi de R$ 150 mil, aplique a fórmula que segue. As abreviaturas são Ponto de Equilíbrio (PE), Despesas Fixas (DF) e Margem de Contribuição (MC), também conhecida como Lucro Bruto:
 
            PE = DF / MC x 100
            PE = 30.000,00 / 20 x 100
            PE = 150.000,00
 
Observem que na coluna 1 foram colocados os números referentes ao cálculo sugerido do preço de um produto ou serviço, conforme exercício na Parte 6 desta série, e na coluna 2 a conta do quanto é necessário vender para atingir o ponto de equilíbrio, considerando que todos os produtos ou serviços possuem a mesma margem de contribuição ou lucro bruto. Caso isto não seja verdadeiro é necessário calcular a média ponderada da margem de contribuição.
 
A coluna 2 demonstra que a venda de R$ 150 mil cobre todos os custos, inclusive os fixos, sem qualquer lucro ao final.
 
No exemplo seguinte serão adicionadas duas colunas, uma delas com venda de R$ 200 mil e a outra com R$ 350 mil, valor que expressa a expectativa do empresário, para verificar o quanto restará de lucro:
 
 
 
                                                - 1 -           - 2 -              - 3 -            - 4 -
      Preço de venda                  1.724,14   150.000,00   200.000,00    350.000,00
      Custos diretos          58%   1.000,00     87.000,00   116.000,00    203.000,00
      Desp. comercializ.    22%      379,31     33.000,00     44.000,00      77.000,00
      Margem Contrib.      20%      344,83     30.000,00     40.000,00      70.000,00
      Desp. fixas                                         30.000,00     30.000,00      30.000,00
      Lucro líquido                                               0,00     10.000,00      40.000,00
                                                                                      5,00%           11,43%
 
Observem que na coluna 3 o lucro líquido foi de apenas 5%. Quando atingiu a meta estabelecida, ou seja, 350 mil (na coluna 4) é que o lucro líquido chega a 11,43%. Lembre-se que na parte 6 desta série de artigos a expectativa do empresário, no exemplo, foi obter a margem de contribuição de 20% e, com base na despesa fixa já conhecida, chegar ao lucro líquido de 11,43% quando atingisse o patamar ideal – R$ 350 mil.
 
A proposta nesta série de artigos foi apresentar, de maneira sucinta, a correta forma de precificar serviços ou produtos. Para resumir todo o processo quero lembrar que precificar é pensar e agir de forma estratégica. Antes de apurar todas as informações para fazer contas é preciso conhecer a concorrência e o cliente. Somente depois se dá o PENSAR, que não pode vir antes de ter as informações nem ser esquecido ou negligenciado. Pensar estrategicamente, ou seja, analisar as informações levantadas significa segurança para definir o preço a praticar.
 
Espero ter contribuído com a tarefa de precificar produtos e serviços com a garantia da lucratividade, normalmente a principal finalidade dos investidores.

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Comentários

  • Luiz

    03/03/2016

    Gostei muito desse material que nos ajuda a entender melhor e na prática como atingir o ponto de equilíbrio. Parabéns!